terça-feira, 22 de setembro de 2009

Esqueceu o Canindé


Chegou na cidade grande, bem grande mesmo para o universo até então de quentura, suor, camisa com marca de sovaco
Tímida, medindo as palavras, sempre escapando para roer as unhas. A insegurança devia ser só sua, nunca um sinal de fraqueza.
O que diriam as meninas de Sampa, descoladas, fazendo moda?
Ah não. Tinha que ser forte, dura na queda, mulher de fibra.
E lá foi ela. Um passo a mais na confiança do chefe. Um aumentinho aqui, outro ali. Até a saúde passou a ser garantida.
Novos desafios. Responsabilidade de menina grande. Já tem quem a respeite e concorrente em alerta.
Agora segura, já dando de menina de Sampa.
Até que cruza com um amigo. Duvida entre dar um oi ou não.
Pensa nas coisas que tem para fazer e nas que acha que tem para fazer.
O mundo já gira rápido. O desprezo é até aceitável.
Esquecera seu velho Canindé.